Cada um de nós sofre com dores! Algumas que nos atormentam,
crises que nos amarram ou à cama, ou à cadeira mas invariavelmente, ficamos
amarrados à medicação.
Estávamos em conversa animada no café quando Dona C. me diz:
“a dor da mente é pior que nos rasparem por baixo! A sangue frio!”
Como, perguntei; do que fala? Que dor é essa?
“A dor que nos rasga a imagem do dia, a dor que nos trás a
certeza da tristeza, aquela que se deita e levanta connosco. A dor da alma”.
Perdi as palavras, caí em mim de angústia e voltei a perguntar: Como está aqui?
O que aconteceu? Quem a está a ajudar?
Com mais um sorriso responde-me: “não foi preciso! Falaste-me
do raiar do dia, das flores silvestre, dos netos que tinha, das lutas que já
tinha ganho, e que de certeza que tinha o meu lugar no céu pelo meu
crescimento! Crescimento de lutas, suor, lágrimas, de tudo o que eu era hoje!
Uma mulher com garras, alma, força, bondade, com vida! Foi este teu discurso
que fez-me ir procurar ajuda.
Num abraço entre lágrimas, percebi que falar com o coração
leva-nos a um lugar em que a dor fica em 2° ou 3° lugar!
Cresci com este saber, ela cresceu com a dor que teve e que
tem, mais pequena agora que tem ajuda.
Agradeci pela sua mensagem, ela agradeceu por mais um dia.